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sábado, 18 de junho de 2011

  "Toda mulher carrega a síndrome de Walt Disney. Até as mais modernas e cosmopolitas têm o sonho secreto de encontrar um príncipe encantado. Como não existe um Antonio Bandaras para todas, nos conformamos com analistas de sistemas, gerentes de marketing, jornalistas, professores, engenheiros mecânicos. Ou mecânicos de oficina mesmo, a situação não anda fácil. Serão eles desprezíveis? Que nada. São gentis, nos ajudam com as crianças, dão um duro danado no trabalho e têm o maior prazer em nos levar para jantar. São príncipes à sua maneira, e nós, cinderelas improvisadas, dizemos sim! Queremos ser resgatadas da torre do castelo. Queremos que o nosso pretendente enfrente dragões, bruxas, lobos selvagens. Queremos que ele sofra, que vare a noite atrás de nós, que faça tudo que o José Mayer, o Marcelo Novaes e o Rodrigo Santoro fazem nas novelas. Queremos ouvir "eu te amo" sóno último capítulo, de preferência num saguão de aeroporto, quando ele chegará a tempo de nos impedir de embarcar. O amor na vida real, no entanto, é bem menos arrebatador. Sim, sabemos que a vida real não combina com cenas hollywoodianas. Sabemos que há apenas meia dúzia de castelos no mundo, quese todos abertos à visitação de turristas. Sabemos que os príncipes, hoje, andam meio carecas, umas óculos e cultivam uma barriguinha de chopp. Não são heróis nem usam capa e espada, mas ao menos são de carne e osso, e a maioria tentaria nos resgatar de um prédio em chamas, caso a escada magirus alcançasse o nosso andar. Não é nada, não é nada, mais já é alguma coisa. Dificilmente um homem consegue corresponder à expectativa de uma milher, mas vê-los tentar é comovente.
Alguns mandam flores, reservam quarto em hoteizinhos secretos, surpreendem com presentes, passagens aéreas, convites inusitados. São inteligentes, charmosos, ousados, corajosos, batalhadores. Disputam nosso amor como se estivessem numa guerra, e pra quê? Tudo o que recebem em troca é uma mulher que não para de olhar pela janela, suspirando por algo que nem ela sabe direito o que é. Perdoem esse nosso desvio cultural, rapazes. Nenhuma mulher se sente amada o suficiente..." 

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